O narrador e suas vozes em AS HORAS NUAS
Lygia Fagundes Telles
O narrador e suas vozes em AS HORAS NUAS A intenção de introduzir consciência humana na ficção é uma tentativa moderna para analisar a natureza humana ... A consciência é o lugar onde tomamos conhecimento da experiência humana que nunca é ilimitada, nem nunca é completa. (HUMPHREY, Robert. O fluxo de consciência, p. 6)
Narrador é uma persona fictícia que narra o discurso da diegese. Ele constitui o elemento que desencadeia o discurso narrativo, não devendo ser confundido com o autor. A distinção entre autor e narrador é fundamental para o desenvolvimento do estudo do texto narrativo a partir de princípios metodológicos científicos. O narrador faz parte de um categoria específica de personagem, já o autor é o responsável pela criação do texto. Uma pequena introdução a respeito de narrador já foi dada, agora iremos saber um pouco a respeito do tempo de narrar. O tempo de narrar, que é o discurso se entrelaça com o tempo da história, ou seja, a história, compondo uma unidade do romance e o discurso constrói constitui a própria história que se narra. No livro As horas nuas de Lygia Fagundes Telles, o discurso que está presente nos focos narrativos formam o conteúdo narrado do texto. Veremos isso mais aprofundado no decorrer desse ensaio. Na leitura do romance As horas nuas, percebemos a presença de mais de um tipo de foco narrativo, dando dessa forma a obra um caráter polifônico. No primeiro capítulo observamos que o foco narrativo está na ambivalência assumida pelo narrador, pois ele é o sujeito e o objeto da ação, isso significa que o narrador é o personagem da própria história que está sendo contada e os fatos são relatados no tempo em que ocorrem. Esse narrador que estamos falando está representada pela figura da atriz Rosa Ambrósio, que além de ser a pessoa que enuncia é ao mesmo tempo, sujeito enunciado. Podemos constatar o que acabou de ser afirmado nesse