O mínimo
[2] Depois de ter vivido inúmeras experiências ao longo da vida Descartes se ateve em um lugar tranquilo na Alemanha livre de interferências alheias para começar suas meditações. Inicialmente, percebeu que não seria necessário provar que todas as coisas eram falsas, pois não teria tempo hábil, porém no caso de qualquer hipótese duvidosa seria ocasião de rejeitá-la enquanto algo verdadeiro.
[3] Para dar início à sua pesquisa Descartes parte dos fundamentos da ciência em que foi educado no qual neste período encontramos suas bases filosóficas se ruindo, ou seja, a fundamentação filosófica antiga não correspondia com os problemas científicos emergentes. Com isso, sabendo que o problema se encontrava nas bases da ciência percebeu que não seria interessante e nem possível duvidar de todo o conhecimento. Decide então, duvidar apenas das coisas essenciais que pudesse encontrar em qualquer natureza.
[4] Percebera que até aquele momento a educação que aprendera estava marcada pelo uso dos sentidos e que por meio deles o levou ao engano, encontrou assim o seu primeiro alvo para refutar, os sentidos. Para não cometer nenhuma injustiça Descartes especifica quais as circunstâncias que duvidaria dos sentidos, pois na sua visão haveria situações em que os sentidos seriam tão evidentes e enganosos que não poderiam ser utilizados para a sua filosofia, por exemplo, ao perguntar como poderia negar a existência das coisas que estão ao meu redor e as roupas que estou vestindo? Para o filósofo, não haveria a possibilidade desta hipótese não ser verdadeira,