O método comparativo em antropologia social
Agnes A. Santos
Tiago Salmin
Os estudos comparativos são fundamentais para que a Antropologia social não se limite a ser uma historiografia, ou uma etnografia, uma vez que Boas aponta que a Antropologia Social consiste no estudo das regularidades apresentadas nas diferentes etapas de desenvolvimento da sociedade humana.
O antropólogo ao passo que traça paralelos entre diferentes mitos e suas raízes, traça aproximações entre os diferentes povos e suas lendas e mitos e o impacto gerado por estes no interior da organização social, a partir de um exemplo de uma sociedade podemos partir para problemas, questões maiores, lançando mão do método comparativo.
Muitas vezes, os mitos encontrados nas diferentes sociedades por nós estudadas apresentam pares de contrastes entre pares de contrários, sendo que Radcliffe-Brown aponta que é tarefa de um estudo comparativo traçar quais as diferentes formas que uma oposição entre metades adquire, sendo que estas metades, no mais das vezes influenciam na construção do ritual de parentesco.
É por intermédio de nosso estudo comparativo que podemos traçar um paralelo entre os mitos de cada sociedade e um princípio estrutural da sociedade. Conforme aponta o próprio Radcliffe, “o método comparativo é, portanto, aquele pelo qual passamos do particular para o geral, do geral para o mais geral, com o objetivo em vista de que podemos deste modo chegar ao universal (...)”1. O método comparativo formula assim não apenas problemas, bem como soluções.