O mundo de sofia - capítulo 20: locke
O MUNDO DE SOFIA
Capítulo 20: LOCKE
Passaram-se duas semanas sem que Sofia tivesse contato com Alberto, mas quando vinha da escola encontrou Hermes no jardim de sua casa e o acompanhou até a residência de seu professor. Lá falaram sobre Locke, um filósofo da experiência ou empírico, que deriva todo o seu conhecimento daquilo que lhe dizem os sentidos.
John Locke foi o primeiro filósofo empírico inglês. Seu livro mais importante chama-se “Um ensaio sobre o entendimento humano”. Nele, Locke defendeu que a experiência forma as ideias em nossa mente. Para argumentar a favor, Locke critica o conceito de que já existem ideias em nossa mente (ideias inatas). Ele procura demonstrar que qualquer ideia que temos não nasce conosco, mas se inicia na experiência.
A experiência, para Locke, não são as experiências de vida e sim as nossas sensações (sentidos). Ouvimos, enxergamos, tocamos, saboreamos e cheiramos. Cada um dos cinco sentidos leva informações para o nosso cérebro. Antes de sentirmos qualquer coisa, nossa mente era como uma tábua rasa, uma lousa vazia.
Mas o mundo seria realmente como o percebemos? Na tentativa de explicar o fato de nem sempre existir uma correspondência exata entre o mundo físico e a forma com que este é percebido pelo sujeito, Locke estabeleceu a diferença entre duas qualidades: as primárias, nas quais podemos ter certeza do que os sentidos nos indicam (como o peso, extensão, forma, movimento e número de coisas) e as qualidades secundárias, que não reproduzem qualidades reais (o conhecimento intuitivo ou demonstrativo, como o frio e a cor).
Assim, relacionando com o hospital, trago o seguinte exemplo: Comparando um recém nascido, que é como uma folha em branco, com uma pessoa que precisa ir ao hospital pela primeira vez, ela não sabe o que é um hospital, mas forma a idéia do mesmo a partir dos sentidos, ou seja, ela pode ou não ter visto, (qualidades primárias) imagens, ou até mesmo