“O movimento de reconceituação – 40 anos depois”
Reconceituação, tomada como movimento ou processo que emergiu em 1965, constitui um marco fixo da história do Serviço Social na América Latina. A Reconceituação, heterogênea e contraditória, vem despertando a 47 anos paixões e ódios. O Serviço Social consolidando-se como uma profissão, passou e passa por diversas transformações ao longo de sua história, ser fortalecendo como uma ciência, que precisa de métodos sistematizados e trabalhos de análises para atuar no campo social. A Reconceituação, particularmente na América Latina, expressou a crítica ao “Serviço Social tradicional”. Foi necessário esse movimento, de caráter mundial, para que o Serviço Social passasse por uma transformação, abandonando práticas antigas, voltadas para uma ética profissional burguesa. A Reconceituação foi comandada por uma questão elementar: qual a contribuição do Serviço Social na superação do subdesenvolvimento? Assim, assistentes sociais inquietos e dispostos à renovação indagaram-se sobre o papel da profissão em face de expressões concretamente situadas da “questão social’, sobre a adequação dos procedimentos profissionais tradicionais em face das nossas realidades regionais e nacionais, sobre a eficácia das ações profissionais, sobre a pertinência de seus fundamentos pretensamente teóricos e sobre o relacionamento da profissão com os novos protagonistas que surgiram na cena político-social. O movimento de Reconceituação teve diversas conquistas, mas a principal, porém, parece localizar-se num plano preciso: o da recusa do profissional de Serviço social de situar-se como um agente técnico puramente executivo. A Reconceituação assentou bases para a requalificação profissional, rechaçando a subalternidade expressa na até então vigente aceitação da divisão consagrada de trabalho entre cientistas sociais (os “teóricos”) e assistentes sociais (os profissionais “da prática”). No Brasil, somente após a queda da ditadura