O movimento antimanicomial no Brasil
RESUMO CRÍTICO
A leitura do artigo favorece uma excelente reflexão sobre a trajetória histórica do movimento nacional da luta antimanicomial no Brasil, bem como, análise de algumas dificuldades, realizações e desafios. Sendo assim, para compreender esta ação coletiva, destaca-se a teoria dos movimentos sociais, vista como importante chave analítica, uma vez que possibilita a avaliação deste tipo de ação social, a partir de suas múltiplas configurações, atestando o grau de complexidade do mundo contemporâneo, tendo como principais méritos e desafios desafiar os códigos dominantes, romper com as invisibilidades e os silêncios, trazer à luz do dia as realidades ancoradas em relações de poder e dominação envernizadas por discursos competentes. Melucci (1996), oferece pistas analíticas inovadoras para a compreensão das inter-relações do agir coletivo. Trata-se de um processo de construção de identidade que comporta os objetivos da ação, os meios, e o ambiente e conformam os três eixos básicos que operam na constituição das identidades, das escolhas e dos resultados da ação movimentalista. Dessa maneira o que está em jogo, é a reapropriação do sujeito; do sentido e da motivação humana; reapropriação de forjar sua própria identidade, que fora amputada pelos processos de manipulação e controle dos aparatos de gestão dos sistemas complexos. Neste campo ressalta-se o movimento antimanicomial constituído por um conjunto de atores, cujas lutas vêm sendo travadas a partir de diferentes dimensões sócio-político-institucionais. Trata-se de um movimento que articula, em diferentes momentos e graus, relações de solidariedade, conflitos e de denúncias sociais tendo em vista as transformações das relações e concepções pautadas na discriminação e no controle do “louco” e da “loucura” em nosso país. A ruptura com