O mito na esquerda e na direita
A metalinguagem é reenviada a uma linguagem-objeto, e o mito torna-se impossível.
A linguagem revolucionária não pode ser uma linguagem mítica.
O mito existe na esquerda na exata medida em que a esquerda não é a revolução.
O mito na esquerda é diferente do burguês
É inessencial
Os objetos que se apodera são escassos, apenas algumas noções políticas
Nunca atinge o campo imenso das relações humanas
“Se o mito de esquerda existe, é como adaptação a uma comodidade, e não a uma necessidade.”
O mito na direita
Estatisticamente o mito localiza-se na direita. Inventa-se continuamente.
É essencial e apodera-se de tudo: justiças, morais, estéticas, diplomacias, artes domésticas, literatura, espetáculos.
Figuras principais do mundo burguês contemporâneo
1 – A vacina: O imaginário coletivo é imunizado através de uma pequena inoculação de um mal reconhecido; e defendido, assim, contra o risco de uma subversão generalizada.
2 – A omissão da história: Quando o mito fala sobre um objeto, despoja-o de toda a história. Podemos usufruir desse belo objeto sem nos questionarmos sobre a sua origem.
3 – A identificação: O outro é transformado em puro objeto, espetáculo, marionete: relegado para os confins da humanidade, não constitui doravante nenhum atentado à segurança da nossa própria casa.
4 – A tautologia: Existe, na tautologia, um duplo assassinato: mata-se o irracional porque eles nos resiste, mata-se a linguagem porque ela nos trai.
5 – O ninismo: Reencontramos aqui a figura da balança: o real é inicialmente reduzido a termos análogos; estes são em seguida pesados e, uma vez a igualdade constatada, rejeitados.
6 – A quantificação da qualidade: Reduzindo toda a qualidade a uma quantidade, o mito faz economias de inteligência: compreende o real por um preço reduzido.
7 – A constatação: O