o mito do cientificismo
3.1 O mito do cientificismo À medida que a ciência se mostrou capaz de explicar os fenômenos de maneira mais rigorosa e de fazer previsões capazes de transformar o mundo, passou a ser vista como conhecimento superior. Por consequência, minimizou-se a importância dos demais modos de compreensão da realidade, tais como o mito e a religião. A confiança exagerada na ciência valoriza apenas a racionalidade científica. Essa exaltação da cieência começou no século XIX, com o filósofo Augusto Comte, fundador do positivismo. (Positivismo -> é uma corrente filosófica segundo a qual o positivo é o último e mais perfeito estado alcançado pela humanidade.) Os críticos desse exageradao otimismo acusam o cientificismo de ser responsável por uma visão distorcida tanto da natureza quando do ser humano. O filósofo Max Weber percebeu que a formalização da razão caminha ao lado do desencantamento do mundo. Leitores de Weber, os pensadores da Escola de Frankfurt, como Max Horkheimer e Theodor Adorno, criticaram a predominância da razão instrumental e controladora - responsávelpor reduzir a atuação humana ao campo da eficácia. Em contraposição, segundo os frankfurtianos, existe um outro tipo de razão, aquela comprometida com o ''mundo da vida''. Nele, as relações afetivas estabeleceriam uma comunicação entre iguais, não mais pelo mando e pelo lucro, e sim pela cooperação e solidariedade. O mito especialista tem como consequência a tecnocracia, segundo a qual apenas o técnico competente é capaz de decisão: desse mito se pode concluir que ''saber é poder''. (Tecnocracia -> Poder derivado da técnica: sistema de organização política e social baseada na supremacia dos técnicos.)