O Mistério da Luz
“Em Cristo não havia pecado, mas Deus colocou sobre Ele a culpa dos nossos pecados para que nós, por seu intermédio, fôssemos feitos justiça de Deus” (2Cor 5,21). Assim, enquanto Cristo desce à água do rio como inocente, o céu se abre e a voz do Pai proclama-o Filho muito amado (cf. Mt 3,17), ao mesmo tempo em que o Espírito vem sobre Ele para investi-lo de poder na missão que o espera. Deste modo, no batismo de Cristo manifestou-se o mistério da Santíssima Trindade, e os fiéis, ao receberem o Batismo, ficam consagrados pela invocação e virtude da Trindade Beatíssima. Igualmente o abrir-se dos céus significa que a força deste sacramento, a sua eficácia, vem de cima, de Deus, e que por ele fica expedida para os batizados a via do Céu, fechada até então pelo pecado original (cf. Lc 3,21).
“A efusão do Espírito no batismo introduz o crente como ramo na videira que é Cristo (cf. Jo 15,5), o que constitui membro de seu corpo místico (cf. 1Cor 12,12; Rm 12,5). Se o batismo é um verdadeiro ingresso na santidade de Deus pela inserção em Cristo e da habitação do seu Espírito, seria um contra-senso contentar-se com uma vida medíocre, pautada por uma religiosidade superficial”;
2º MISTÉRIO DA LUZ: A auto-revelação de Jesus nas Bodas de Caná.
O primeiro milagre em Caná da Galiléia constitui um passo decisivo na formação da fé dos discípulos. Maria foi chamada por Jesus como “Mulher” neste primeiro milagre e outra vez no Calvário. Entre esses dois acontecimentos da vida de Jesus, Caná e o Calvário, há várias analogias. Situam-se um no começo e o outro no fim da vida pública, como para indicar que toda a obra de Jesus está acompanhada pela presença de Maria Santíssima. O seu título de Mãe adquire ressonância especialíssima: Maria atua como verdadeira Mãe de Jesus nesses dois momentos em que o Senhor manifesta a Sua divindade. Ao mesmo tempo, ambos os episódios assinalam o especial interesse e