O MICRO E MACRO - NAS ENTRELINHAS DA MEMÓRIA

O MICRO E MACRO - NAS ENTRELINHAS DA MEMÓRIA
LANA MARA DE CASTRO SIMAN1
KELLY AMARAL DE FREITAS2
KARLA LOBATO3
1. INTRODUÇÃO
Este ensaio propõe analisar a entrevista semiestruturada com a guardiã de memória Dona
Lúcia César, gravada em 2013, no Distrito de Venda Nova regional administrativa de Belo
Horizonte, Minas Gerais / Brasil, pela equipe do projeto pesquisa e extensão universitária Educar pela cidade: Patrimônio Cultural e Ambiental4, proposto pelo programa de Pós-graduação da
Universidade do Estado de Minas Gerais - UEMG, que tem por objetivo identificar, conservar e preservar bens materiais e imateriais do patrimônio cultural e ambiental da regional que, posteriormente, serão revertidos em produtos didáticos pedagógicos inovadores para o ensino da história local nas escolas e para população vendanovense.
No primeiro ano de trabalho, foram mapeados moradores antigos que narram à história local através da oralidade e de acervos particulares. Esses moradores se constituem como “guardiões da memória”, uma vez que são testemunhas de experiências intimamente interligadas com a história local e global em períodos históricos passados.
Para o presente ensaio buscamos analisar a entrevista na perspectiva do conceito de memória social apresentado por Maurice Halbwachs (1990) onde o autor destaca que é na relação com o outro que construímos nossas lembranças e identidade.
“caminhando pela cidade tudo se passa com se confrontássemos vários depoimentos... Certamente nossas impressões podem apoiar-se não somente sobre si, mas também sobre a dos outros... É porque na realidade nunca estamos sós, temos sempre conosco e em nós uma quantidade de pessoas que não se confundem...Mesmo caminhando sozinho bastaria ter lido descrições da cidade, compostas de todos os esses diversos pontos de vistas”( HALBWACHS, 1990)

Também compreendemos a memória como relação com o passado, tempo do vivido, de onde se move as forças de formação das identidades, sustentada por imagens, ideias,