O MESTRE SAPO1 , A PASSAGEM DO QUARTETO ABERRÊ2 POR SÃO LUÍS E A (DES)CONSTRUÇÃO DO “MITO” DA “REAPARIÇÃO” DA CAPOEIRA NO MARANHÃO DOS ANOS 60

6905 palavras 28 páginas
Recorde: Revista de História do Esporte
Volume 3, número 1, junho de 2010

Artigo
Roberto Augusto A. Pereira

O MESTRE SAPO1, A PASSAGEM DO QUARTETO ABERRÊ2 POR
SÃO LUÍS E A (DES)CONSTRUÇÃO DO “MITO” DA
“REAPARIÇÃO” DA CAPOEIRA NO MARANHÃO DOS ANOS 60
Roberto Augusto A. Pereira3
Rede Municipal de Ensino de São Luís (MA)
São Luís, Brasil slcapoeiraderua@hotmail.com Recebido em 23 de abril de 2010
Aprovado em 21 de maio de 2010
Resumo
O presente artigo trata a respeito da (des)construção do “mito” criado em torno da “reaparição” da capoeira no Maranhão nos anos 1960, quando após a passagem por
São Luís, do “Quarteto Aberrê”, em 1966, liderado pelo Ms baiano Canjiquinha
(Washington Bruno da Silva), um de seus integrantes, Anselmo Barnabé Rodrigues, mais conhecido como Ms Sapo, fixa residência na cidade e se torna a principal personagem da capoeira maranhense. Ao longo dos anos 70, os grandes jornais de circulação local reproduzem o discurso expresso pelo MS Sapo de que ele seria o responsável pela “reaparição da capoeira no Maranhão”, vindo a convite do então governador José Sarney para “desenvolver a capoeira no Estado”.
Palavras chave: capoeira do Maranhão; Quarteto Aberrê; discurso do Ms. Sapo.
Abstract
Master Sapo, Quarteto Aberrê performances in São Luís and the “myth” involving the rebirth of capoeira in Maranhão in the 1960s

1

Quando Anselmo Barnabé Rodrigues aportou na ilha do Maranhão, em junho de 1966, ainda era um jovem capoeira de cerca de dezessete anos, conhecido apenas como Sapo. No presente artigo, faremos sempre referência a ele como Mestre Sapo, como é reconhecido até os dias de hoje.
2
O Quarteto Aberrê era um conjunto de capoeiristas baianos que passou por São Luís em junho de 1966 fazendo diversas apresentações. Além do Mestre Canjiquinha, líder do grupo, compunham o Quarteto,
Vitor Careca, Sapo e Brasília, este último, hoje Mestre radicado em São Paulo. Aberrê era o Mestre de
Canjiquinha, daí o nome do

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