O Menino que Aprendeu a Ver
Alícia M O Silva. ¹
Cláudia A C Baptista. ¹
A história do menino João que também poderia se chamar de: Pedro, Maria, Gabriel, Beatriz entre tantos nomes, representa bem a criança que começa a descobrir um mundo que conversa com a gente, às vezes tem coisas que a gente entende e às vezes tem coisas que a gente não entende. Tudo para ele parecia confuso e as letras formavam sinais estranhos, tinha desenhos que ele conhecia como o cigarro, a menina e as flores, e outros indecifráveis. As placas da rua, o ônibus, as vitrines eram situações sociais da escrita que o tornava mais curioso quanto àqueles “sinais” incompreensíveis. (ROCHA, p.5)
Na verdade, João estava num processo de letramento que é considerado um fenômeno multifacetado por cobrir uma vasta gama de conhecimentos, habilidades, capacidades, valores, usos e funções sociais. Isso significa que, a criança que ainda não foi alfabetizada, pode não saber ler e escrever, mas é em certa medida letrada. Para Soares (1998, p. 24), “[...] essa criança é ainda “analfabeta”, porque não aprendeu a ler e a escrever, mas já penetrou no mundo do letramento, já é, de certa forma, letrada”, pois está inserida num contexto social, o qual a vem estimulando para um aprendizado de leitura da linguagem simbólica estampadas por todos os lados que a cerca.
Logo em seguida a Mãe de João disse que chegou a hora da alfabetização. Que tantas dúvidas e perguntas precisavam de respostas com a orientação pedagógica da escola. No livro a professora lida com uma prática pedagógica tradicional com a qual fomos alfabetizadas. Apesar de sua idéia ser de um processo de alfabetização tradicional do qual supõe que todos somos submetidos, adentraram as portas das escolas, contribuições da perspectiva construtivista, que alterou profundamente a concepção de alfabetização, passando a ser vista como um processo de construção da representação da língua escrita pela criança, cujo início ocorre antes de ela ingressar na