O meio técnico científico informacional
Segundo o geógrafo Milton Santos, a história da incorporação das técnicas no espaço geográfico passou por três etapas distintas: o meio natural, o meio técnico e o meio técnico-científico-informacional. Até o século XVIII, apesar da existência de determinadas técnicas, a transformação do espaço foi bastante limitada e o meio geográfico permaneceu, em grande medida, natural.
Com o transcorrer da história humana, o espaço geográfico foi sendo transformado e ganhando cada vez mais objetos artificiais - edificações, ruas e estradas, plantações, etc. Mas isso se deu muito lentamente até a eclosão das revoluções industriais. Desde então, o meio geográfico recebeu grande quantidade de infraestruturas - fábricas, ferrovias, rodovias, linhas telefônicas, máquinas na agricultura, barragens e usinas hidrelétricas, etc. O meio geográfico tornou-se crescentemente artificial, transformando-se em meio técnico.
No atual período do capitalismo, desenvolve-se um novo meio geográfico, adaptado às exigências da economia globalizada. Incorporam-se crescentemente ao espaço geográfico objetos que apresentam um conteúdo cada vez mais alto de ciência, técnica e informação, como:
• modernas redes de telecomunicações - antenas parabólicas e de telefonia celular, cabos de fibra óptica, redes de computadores, etc.;
• grandes infraestruturas de transportes - aeroportos, sistemas portuários, rodovias, etc.;
• agropecuária com base na biotecnologia - alimentos geneticamente modificados (transgênicos), animais clonados, etc.;
• fábricas robotizadas, prédios comerciais e residenciais inteligentes, bolsas de valores eletrônicas, etc.
Esse novo meio geográfico é chamado de meio técnico-científico-informacional e serve para dar suporte à aceleração do fluxo de capitais, mercadorias, informações e pessoas.
O meio técnico-científico-informacional aparece na cidade e no campo, incorporando a agricultura, a indústria e os