O meio técnico-científico-informacional
Quando tudo era meio natural, o homem escolhia da natureza aquelas partes ou aspectos considerados fundamentais ao exercício da vida. O período técnico vê a emergência do espaço mecanizado. Os objetos que formam o meio não são, apenas, objetos culturais; eles são culturais e técnicos ao mesmo tempo.
Os objetos técnicos tendem a ser ao mesmo tempo técnicos e informacionais. Eles já surgem como informação, e a energia principal de seu funcionamento é também a informação.
Os objetos técnico-informacionais conhecem uma difusão mais generalizada e rápida do que as precedentes famílias de objetos. Sua presença, ainda que pontual, marca a totalidade do espaço. É por isso que estamos considerando o espaço geográfico do mundo atual como um meio técnico-científico-informacional.
No decorrer da história das civilizações, as regiões foram configurando-se por meio de processos orgânicos, expressos através da territorialidade absoluta de um grupo, onde prevaleciam suas características de identidade, exclusividade e limites, devidas à presença desse grupo, sem outra mediação. A diferença entre áreas se devia a essa relação direta com o entorno.
Quanto a nós, o tempo acelerado, acentuando a diferenciação dos eventos, aumenta a diferenciação dos lugares. As regiões são o suporte e a condição de relações globais que de outra forma não se realizariam.
A espessura do acontecer é aumentada, diante do maior volume de eventos por unidade de espaço e por unidade de tempo. A região continua a existir, mas com um nível de complexidade jamais visto pelo homem.
Ações hegemônicas se estabelecem e se realizam por intermédio de objetos hegemônicos, privilegiando certas áreas. Então, como num sistema de sistemas, o resto do espaço e o resto das ações são chamados a colaborar. O espaço passa a ser modelado segundo os mesmos critérios de eficiência e racionalidade que comandam o processo técnico-científico.
Os lugares se definem pela sua densidade