O medo do colapso
A expressão colapso pressupõe inúmeras interpretações, e por esse motivo Winnicott optou por sua utilização, cujo seu real significado, para ele, repousa em uma interpretação que significa “o fracasso de uma organização de defesa”. Para os fenômenos mais psicóticos, em alguns casos, pode-se notar que é um colapso do estabelecimento do self unitário que, em contra ponto, nas psiconeuroses, é a ansiedade de castração que está por traz das defesas. A partir desse raciocínio, tira-se a conclusão de que o medo do colapso “acha-se relacionado às experiências passadas do indivíduo e aos caprichos ambientais”. É um medo da agonia original que deu origem à organização de defesa que o paciente apresenta como “síndrome de doença”, “o medo clínico do colapso que é o medo de um colapso que já foi experienciado”. Sempre que se chega clinicamente a qualquer uma dessas coisas, que a ansiedade psicótica disponibiliza, sabe-se que existe alguma organização do ego capaz de sofrer, e significa prosseguir sofrendo de maneira a ficar ciente desse sofrimento. Com relação à loucura, o ponto forte, a raiz, o cerne, é algo muito pior, por causa do fato de que ele não pode ser experienciado pelo indivíduo que não possui a organização de ego para sustentá-lo, experienciá-lo. O colapso está presente tanto na loucura quanto em outras situações como, por exemplo, o medo da morte e o vazio. Quando o medo da morte constitui um sintoma significativo, a promessa de uma vida futura, fracassa em proporcionar alívio, e o motivo desse acontecimento, é que o paciente possui uma compulsão a procurar a morte. E é a morte que aconteceu, mas que não foi experienciada, que é buscada. Quanto ao vazio, é mais fácil para um paciente lembrar um trauma do que nada acontecendo quando poderia ter acontecido. Ele não sabia que poderia ter acontecido e, assim, não poderia experienciar nada, exceto notar que algo poderia ter sido, e esse vazio precisa