O “mau-olhado” dos intelectuais

O “mau-olhado” dos intelectuais
Neste texto Martin- Barbero expõe sua opinião sobre a crítica de televisão. Televisão esta que mesmo se pluralizando, multiplicando-se são todas parecidas entre si, sem diversidades, dentro de um circulo óbvio de queixa, que apenas se queixa. Esta queixa pode até ser indignada, mas sem conteúdo de crítica. A televisão se produz e se expressa de forma inculta, frívola (sem valor) e até imbecil. A prova disso é que “quanto mais vazio o programa, mais sucesso fará”. “Sua capacidade de nos absorver, quase nos hipnotizar, poupando-nos do esforço, da dificuldade de pensar”. (Exemplo: Big Brother Brasil) Barbero conclui que a maioria jamais desligará a TV diante de um programa vazio. E que o que preocupa não é o mal aos ignorantes, uma vez que os analfabetos acabam por ganhar algo, e sim o mal que faz a minoria culta, intelectual, paralisando, destruindo e roubando suas energias intelectuais.
Barbero diz que cultura é menos o que vemos e sim mais como vemos as coisas, e, desta forma, fica menos decepcionado com as pessoas pobres de hoje, incapazes de alma, silêncio e solidão (incapazes de reflexões, de leitura), mas compulsivamente necessitadas de movimento, de luz e de bulha (barulho, desordem), que é o que a televisão oferece. Barbero diz que por ironia, todos nós, incluso ele, somos parte destes pobres, com a arte de bem falar mentirosa (retórica embusteira). E afirma que, uma vez que a incultura é a quintessência da televisão, isso explica o desinteresse e o descaso dos intelectuais pela televisão, mas que também deixa descoberto o caráter elitista perseverante e oculto que vem junto com este olhar, desde o século XVIII, que confunde iletrado com inculto. Afirmavam o povo na política, mas o negava cultura, fazendo da incultura um traço da identidade dos setores populares, ao mesmo tempo em que não aceitavam que nesses setores pudesse haver experiências de outra cultura.
A fascinação que nos idiotiza, “todos ficamos embelezados por