O MANIFESTO DOS PIONEIROS DA EDUCAÇÃO NOVA (1932)
A reconstrução educacional no Brasil – Ao Povo e ao Governo
Na hierarquia dos problemas nacionais, nenhum sobreleva em importância e gravidade ao da educação.
Um educador pode bem ser um filósofo e deve ter a sua filosofia de educação; mas, trabalhando cientificamente nesse terreno, ele deve estar tão interessado na determinação dos fins de educação, quanto também dos meios de realizá-los.
O educador, como sociólogo, tem necessidade de uma cultura múltipla e bem diversa, as alturas e as profundidades da vida humana e da vida social não devem estender-se além do seu raio visual; ele deve ter o conhecimento dos homens e da sociedade em cada uma de suas fases, para perceber, além do aparente e do efêmero, “o jogo poderoso das grandes leis que dominam a evolução social”, e a posição que tem a escola, e a função que representa, na diversidade e pluralidade das forças sociais que cooperam na obra da civilização.
Movimento de renovação educacional
Gerou-se, no Brasil, o movimento de reconstrução educacional, com que, reagindo contra o empirismo dominante, pretendeu um grupo de educadores, nestes últimos doze anos, transferirem do terreno administrativo para os planos político-sociais a solução dos problemas escolares.
Para dominar a obra educacional, em toda a sua extensão, é preciso possuir, em alto grau, o hábito de se prender, sobre bases sólidas e largas, a um conjunto de idéias abstratas e de princípios gerais, com que possamos armar um ângulo de observação, para vermos mais claro e mais longe e desvendarmos, através da complexidade tremenda dos problemas sociais, horizontes mais vastos.
Diretrizes que se esclarecem
Com a campanha de que tivemos a iniciativa e assumimos a responsabilidade, e com a qual se incutira, por todas as formas, no magistério, o espírito novo, o governo da crítica e do debate e a consciência da necessidade de um