O MAMBEMBE (resenha) e A CAPITAL FEDERAL (resenha)
O Mambembe, peça escrita e estreada em 1904, põe em cena uma companhia teatral que viaja pelo interior do Estado do Rio de Janeiro, enfrentando todo tipo de dificuldade para realizar seus espetáculos e atrair o público. A peça apresenta com muita graça o enredo centrado nas personagens Laudelina, mocinha que deseja ser atriz, e Frazão, o empresário do grupo mambembe. Possui as característica do gênero burleta, pois traz traços de operetas, revista de ano e comédia de costumes. É de caráter cômico, sem aprofundamento psicológico das personagens e há introdução de músicas, também há críticas sociais, pois o dramaturgo levanta questões que eram comuns á época, como a banalização da profissão do ator, que eram comparados aos ciganos ou vagabundos, a dificuldade de sobreviver de arte no Brasil, a situação as mulheres, exemplificada nas falas de Laudelina:”Que futuro me espera fora do teatro? Ser costureira toda a vida? Casar com seu Eduardo?” O texto é composto por três atos e doze quadros e há vários cenários diferentes: casa de D. Rita, pensão, estação ferroviária, cidades do interior, casa de Chico Inácio, botequim, praças, etc. Esses espaços são descritos pelo autor com os elementos que devem conter como malas, bebidas, pacotes, cadeiras e diversos outros objetos. A localização espacial dos personagens no cenário também é indicada por Artur Azevedo e são eles que guiam o público pelos locais que o grupo mambembe visita.
RESENHA
A peça A Capital Federal, foi encenada em 1897, uma família sai de São João do Sabará, interior de Minas Gerais, para ir ao Rio de Janeiro procurar o noivo de Quinota, a filha do casal. A peça mostra o comportamento da família na capital federal e a relação com os valores e costumes dos moradores do local. Em A Capital Federal, é possível visualizar as diferenças sócio econômicas dos personagens levando em conta a forma como suas respectivas falas são escritas. A família do interior que vem para o Rio