O mal da doença Holandesa
Em economia, doença holandesa refere-se à relação entre a exportação de recursos naturais e o declínio do setor manufatureiro. A abundância de recursos naturais gera vantagens comparativas para o país que os possui, levando-o a se especializar na produção desses bens e a não se industrializar ou mesmo a se desindustrializar - o que, em longo prazo, inibe o processo de desenvolvimento econômico.
Assim, um aumento de receita decorrente da exportação de matérias primas pode prejudicar as exportações de bens manufaturados de um país, levando eventualmente ao declínio da indústria, dado que a valorização cambial pode tornar o setor manufatureiro menos competitivo externamente.
É difícil, porém, dizer exatamente quando é a doença holandesa é de fato a causa do declínio do setor manufatureiro, pois há outros fatores a considerar, além da taxa de câmbio - embora esta possa ter um impacto importante sobre a competitividade - preço. Além das variações da taxa de câmbio, outros fatores, como o custo da mão de obra e o custo do capital, devem ser considerados.
Embora seja mais comumente usada em referência à descoberta de recursos naturais, como petróleo e gás natural, a doença holandesa pode também se referir a "qualquer desenvolvimento que resulte em um grande fluxo de entrada de moeda estrangeira, incluindo aumentos repentinos de preços dos recursos naturais, ajuda externa ou volumosa investimentos estrangeiros". Pode afetar a economia de duas maneiras:
1. Transferência da mão de obra para o setor mais competitivo, onde há maior demanda de trabalhadores, havendo também aumento dos salários em decorrência desse aumento da demanda por mão de obra. Este movimento de mão de obra, do setor estagnado para o setor florescente, é chamado de desindustrialização direta. Mas esse efeito pode, na realidade, ser pouco significativo, visto que as indústrias extrativas de hidrocarbonetos e minerais geralmente empregam poucas pessoas.
2. O "efeito