O MACHISMO NO BRASIL/ TOMOGRAFIA

MACHISMO BOLSONARO

Quando a pílula anticoncepcional foi lançada, em 1960, a mulher se viu livre para separar a reprodução do desejo sexual. Quando a Lei Maria da Penha entrou em vigor, em 2006, ela viu seus direitos serem aumentados para protegê-la da violência. PESQUISAS mostram que, apesar de todas as conquistas dos últimos anos, o sexo feminino ainda é oprimido por um modelo de comportamento.

Essa mentalidade medieval é o maior entrave para o enfrentamento da violência sexual e, pior, dá margem para que crimes continuem a ser cometidos. Os números do estudo servem para mostrar que, se por um lado as mulheres deram passos importantes em favor dos seus direitos, por outro ainda há muito para ser conquistado.

Se a opinião como as do deputado federal Jair Bolsonaro fosse um caso isolado, bastaria ignorá-lo. Mas ele vomita as convicções de muitos Bolsonaros. Achamos que tudo aqui termina em suaves consensos. Minimizamos a escravidão e continuamos racistas. Legitimamos as ditaduras e permanecemos admiradores das torturas cometidas diariamente no país. Ao defender o machismo, nas ruas ou covardemente na internet, os Bolsonaros dão seu apoio à tortura. Não é tácito, é explícito, pois não há meio termo nesse assunto.

Vale apontar que o machismo gritante mostrado em pesquisa no ano passado não é uma característica majoritariamente masculina. Para o levantamento 66,5% das entrevistadas eram mulheres, muitas delas mães que estão educando seus filhos, reproduzindo o discurso que denigre sua própria condição. No fundo, muitas assumem essa ideologia machista de que precisamos estar presas, contidas. É uma mentalidade de colonizado.

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