O lúdico e a psicopedagogia
Devido ao baixo desempenho escolar dos alunos nas escolas, cada vez mais crianças chegam aos consultórios de psicopedagogia apresentando dificuldades de aprendizagem. O uso do lúdico no diagnóstico psicopedagógico, debatido por uma ampla bibliografia, é apontado como de extrema importância para o diagnóstico destas crianças e jovens com problemas de aprendizagem, pois é através de brincadeiras e jogos que o psicopedagogo insere-se no universo de seu paciente e compreende seu processo afetivo-social, sua capacidade motora e o seu nível pedagógico.
O pediatra e psicanalista inglês Donald Woods Winnicott (1896 – 1971) já ressaltava o lado sério e essencial da brincadeira, que nos prepara para o encontro com o outro, proporciona parte da organização mental necessária para o estabelecimento e manutenção de relações sociais e afetivas. Além disso, para o psicanalista o brincar é uma prática criativa que ajuda as pessoas a lidarem com a divisão entre subjetividade e realidade objetiva.
Para um diagnóstico psicopedagógico a atividade lúdica deve ser realizada de forma espontânea pelo sujeito, mesmo que as experiências sejam, de alguma maneira, dirigidas pelo profissional. Durante o desenvolvimento da atividade deve-se analisar os conhecimentos, a desenvoltura, as atitudes, a conduta, os níveis operacionais e até mesmo os mecanismos de defesa e ansiedades do paciente.
2. O USO DO LÚDICO NO DIAGNÓSTICO PSICOPEDAGÓGICO
De acordo com pesquisas do psiquiatra norte-americano Stuart Brown, a falta de oportunidade de participar de atividades lúdicas desestruturadas (sem regras definidas) pode fazer com que a criança se transforme em um “adulto desajustado e infeliz” 1. O jogo e a brincadeira são de suma importância no processo de ensino-aprendizagem, é através de tais mecanismos que o educador insere-se no mundo e valores do aluno e consegue abordá-lo em seu universo para, dessa forma, oportunizar as situações de aprendizagem. Além disso, é por