O Lugar Da Pris O
Instituto de Ciências Sociais
Departamento de Especialização em Segurança Pública e Cidadania
Disciplina Prisões e Sociedade
Professora: Analía Soria Batista
Aluna: Viviane P. Peixoto Sousa
Resenha - O lugar da prisão na nova administração da pobreza
WACQUANT, Loïc. O lugar da prisão na nova administração da pobreza. Novos estud. – CEBRAP, n.80 pp. 9-19, 2008.
O autor realiza seu estudo analisando a sociedade norte-americana após os anos70, onde aquela sociedade é cinco vezes mais punitiva hoje do que há 25 anos. Ao tentar combater o crime o Estado faz do complexo penitenciário um administrador da pobreza, produzindo indivíduos desqualificados para o mercado, sem o mínimo de condições para ser inserido no mercado de trabalho e numa sociedade discriminadora em relação a um ex-presidiário.Sendo assim, a penitenciária reproduz e consolida o racismo, o colapso dos guetos urbanos e facilita o crescimento da economia informal e de empregos abaixo da linha de pobreza, onde estes trabalhadores não desfrutam de uma sociedade igualitária nem de relacionamentos sociais ou até mesmo de direitos.
Entre 1980 e 2000 o número de detentos foi quadruplicado, os EUA aumentaram seus orçamentos penitenciários em US$ 50 bilhões e acrescentaram 500 mil novos funcionários, de modo que este alto crescimento do Estado penal norte-americano apresenta a implementação de uma política de criminalização da pobreza, ajudando na ampliação de setores de empregos mal remunerados e reduzindo de maneira artificial a taxa de desemprego.
Segundo o autor a prisão apenas promove a exclusão social e étnica daqueles que deveriam ser ressocializados.Além do mais, a disseminação de penitenciárias nos Estados Unidos contribui diretamente para o crescimento e proliferação do tráfico ilícito, seja de drogas, prostituição ou produtos roubados, que são a mola propulsora da criminalidade das ruas. Este novo setor econômico denominado “complexo industrial prisional” possui