O louco no Jardim das espécies
No século XVIII, o classicismo começa a interrogar a loucura, pois queriam chegar a uma realidade, o que seria de fato a loucura. Querendo assim conhecer as características desse louco, sabendo que o louco e o não louco se misturavam, estavam todos juntos. “A loucura tornou-se tão sutil a ponto de ter perdido toda forma visível e assinalável.”(p. 178). Era necessário uma identificação concreta desse louco para ser reconhecido e apontado sem erros.
Médicos e sábios, questionam-se e percebem que o que não se é possível da nossa razão, eles conseguem da loucura. Entendem que a loucura é o lado desacautelado da ordem e que nela oculta toda a profundidade de uma sabedoria coletiva e dominante do tempo.
A partir do século XVII, a loucura deixou de ser o raciocínio que bane a razão, querendo atribuir a loucura um lugar fixo, que tivesse as mesmas características da razão e passa a entender que todos nós temos um pouco dessa loucura, porque ninguém é tão sábio assim, mas sua loucura é obscura e inconfessável.
No século XVIII, a ideia de loucura, decorrente a Renascença, manifesta sua presença e assim ameaça uma contradição imediata. Reconhecendo assim que não se pode definir a loucura, com isso concretiza-se o caráter evidente e preciso do louco. Passa a ser chamado de loucura, tudo o que impede o homem de pensar e agir como os outros e definiu-se que o louco é o outro em relação aos outros.
A loucura deixa de lado a oposição simples da era clássica e passa a ter característica definida. O louco se afasta da razão, mas carrega com ele, crenças, imagens, raciocínios encontrados, tais quais, no homem de razão. Sendo assim, o louco já não pode nem mais dizer que é louco, muito menos reconhecer a loucura de outro, pois está sob o olhar do terceiro personagem da história: O são.
Este século percebe o louco, mas deduz a sua loucura e percebe nele, não sua loucura, mas a presença da razão e da não razão.
No começo do século