O livro “chapeuzinho amarelo” como possibilidade emancipatória da criança.
MARTINS, Luciana Alves.
O livro “Chapeuzinho Amarelo” trata das aventuras de uma menina que tinha medo de tudo. Sabendo que havia um lobo no outro lado da montanha, decide sair em busca de uma resposta para suas dúvidas e receios e também para satisfazer a sua curiosidade. O autor constrói a imagem de uma criança que traz a narração do conto “Chapeuzinho Vermelho” para sua própria realidade. Conforme Cruz (2010, p. 100) [... descreve a atitude de uma criança que transforma a fantasia dos contos em sua própria realidade...] a partir de então começa a ter medo de tudo, sobretudo do “Lobo Mal”, personagem que permeia toda a narração, tanto no poema como no clássico anterior.
Chico Buarque elabora um texto que valoriza o contexto e a linguagem, produzindo um discurso com sentidos novos. Já através do próprio título, o livro traz a marca da relação intertextual com conto universalmente consagrado. Assim, as personagens Chapeuzinho Amarelo e Lobo mantem um dialogo com a versão tradicional dos Irmãos Grimm. Essa obra nos remete à magia do clássico “Chapeuzinho Vermelho”, construindo um poema, marcado pela narrativa bem explicita e pelas ilustrações bem definidas, tanto por Donatella Berlendis como por Ziraldo, de maneira que atualiza o diálogo com o tradicional, estabelecendo uma relação intertextual. O poema de Chico Buarque trabalha com a imagem da personagem Chapeuzinho Amarelo, no inicio com um medo sem limites e no final forte e dominadora, e do Lobo, que antes amedrontava, se torna fraco e dominado.
O poderoso Lobo Mau, personagem que no clássico universal representa a punição pela desobediência infantil, é desconstruído, tanto na linguagem verbal como nas ilustrações. Os medos da Chapeuzinho Amarelo são marcas presentes na criança moderna e que, muitas vezes, acabam isolando-a do convívio social.
O controle do comportamento da criança, a relação do adulto mandando, a ausência de