O kosovo

Introdução

Pretendo com esta abordagem ilustrar de uma forma simples e facilmente entendível, aquilo que de facto foi e continua a ser o processo do Kosovo, abordado sob várias perspectivas, correndo o risco de emitir algumas opiniões tendenciosas, mas discutíveis.

Trata-se de um trabalho abrangente em termos de assuntos.

Houve como se compreende dificuldade em seleccionar e sintetizar as questões mais importantes e atractivas que concorrem para aquela que é questão fundamental e mais actual: a legalidade do processo de independência do Kosovo, a qual ainda está pendente do Tribunal Internacional de Justiça (TIJ). Embora esta questão não seja directamente respondida neste trabalho, foi minha intenção habilitar os leitores a, pelo menos, poderem emitir uma opinião mais fundamentada, bem como entender o seu futuro como Estado e como possível membro da União Europeia, outra das promessas expectantes do Kosovo.

Foi imperativo recorrer ao passado para uma melhor interpretação e compreensão dos problemas actuais, sendo assim feito um quadro cronológico na abordagem dos diferentes assuntos. O passado remonta a antecedentes muito anteriores ao tempo Jugoslavo, sendo analisados paralelamente os factores que favorecem a independência e os que travam este processo, nomeadamente as diferenças étnicas, culturais e religiosas.

Será ainda abordada a participação portuguesa, principalmente na sua componente militar, enquadrada na União Europeia, como país produtor de segurança.

Pelo facto de ter vivido e participado neste processo, primeiro como elemento do Quartel-general da KFOR (Kosovo Force) e depois como oficial de ligação da UNMIK (United Nations Mission In Kosovo) em Mitrovica, julgo estar habilitado a emitir algumas opiniões pessoais sobre as decisões tomadas ao longo do processo político do Kosovo.

Por ser um processo em constante mutação, em que o que hoje é verdade, amanhã já poderá não o ser, a realização deste trabalho obrigou a uma