O Juizo Final
O artista foi acusado de ser extremamente insensível ao evento descrito, imprimindo um estilo muito pessoal e “inadequado” ao conteúdo da obra. O Concílio de Trento criou decretos expondo que tais “manipulações” de representações sacras não eram permitidas, e toda arte que tivesse essa característica era passível de censura e até destruição.
Após o Mestre de Cerimônias do Papa, Biagio de Cesena, dizer que a pintura “era uma completa desgraça, por expor figuras despidas, provocando uma completa vergonha” e que não era uma obra para ficar numa capela, mas em “banheiros públicos e tavernas”, Michelangelo usou Minos, o Juíz do Submundo (no canto inferior direito da pintura) para fazer uma representação de Cesena, dando-lhe orelhas de burro, enquanto sua nudez foi coberta com uma cobra. Cesena reclamou com o Papa, que brincou dizendo que “sua jurisdição não se estendia até o Inferno, e que por isso nada podia fazer, e que a pintura continuaria na capela”.
A maioria das genitálias expostas foram cobertas após a morte de Michelangelo