O inicio da Arquitetura Ecl tica
Uma avaliação do ecletismo, que data dos anos 40 do nosso século, nos ajuda a entender a ideologia própria do século XIX. A primeira delas é brasileira, de autoria de Francisco Acquarone, que percebe a arquitetura do século XIX alicerçada no abandono do "colonial verdadeiro" em prol de "uma infinidade de casas horríveis", caracterizadas por platibandas ornadas com compoteiras e bolas. Ao lado delas, destacavam-se "'fortalezas medievais', cheias de pedras e outros atentados, exibindo fachadas de ladrilhos ou pintadas de 'mármore fingindo'. Sobre os telhados começaram a aparecer em certa época, cúpulas arredondadas, casas que lembravam caricaturas da igreja de São Pedro em. Roma...". Nem mesmo a oportunidade representada pela abertura da Avenida Central conseguiu melhorar a situação: o mestre-de-obras continuava a ser o "senhor absoluto" da arte de edificar, repelindo os arquitetos do campo de ação e impondo seus ritérios de gosto.
Já a segunda, a de Pevsner, é essencialmente sociológica. As razões do ecletismo devem ser buscadas na reação à Revolução Industrial, na ascensão de uma nova classe em busca de status, no crescente individualismo, na nostalgia do "longínquo".
Para justificara arquitetura pós-moderna, muitas vezes tachada de eclética, estabelece uma distinção entre o século XIX e a atitude atual. O ecletismo do século XIX foi frequentemente ditado pelo oportunismo mais do que pela convicção; suas motivações são o capricho e o conforto, objetivos insuficientes para se pensar a arquitetura como um todo. Trata-se de um ecletismo "fraco", escassamente dotado de teorias, ao qual se opõe o ecletismo hodierno, dotado da possibilidade de desenvolver uma variedade mais forte e mais radical. Este ecletismo é considerado "radical".
Na visão de Pevsner, o elemento determinante do ecletismo é o encomendante, em geral novo rico, despido daquela cultura aristocrática que caracterizara o século anterior.
Pevsner detecta no século