O indianismo na pintura romântica brasileira
Mas a tendência indianista não é inaugurada no Brasil. Em toda a América Latina, especialmente no México, o indianismo já era um forte movimento político e social de caráter nacionalista. A historiadora da arte, Dawn Ades - fundadora do departamento de História e Teoria da Arte da Universidade de Essex, Colchester, onde também criou o primeiro curso de graduação e pós-graduação sobre artes visuais da América Latina na Grã-Bretanha – demonstra como a arte mexicana mostrava interesse pela representação do índio, como se percebe nesta pintura:
Ades diz ainda que “a unidade nacional, a suma preocupação do momento, cada vez mais era considerada como dependendo do sentido de identidade, de ‘mexicanidad’, com fortes raízes históricas. Os anos de regime colonial passaram a ser vistos como uma selvagem interrupção da história mexicana, enquanto a continuidade com o passado pré-conquista era enaltecida” (1997, p. 31). Sendo assim, os pensadores mexicanos viam o índio como um exemplo de resistência e o usavam como mártires, retratando os invasores espanhóis como vilões cruéis, como é visto aqui:
Adaptado à realidade brasileira, o movimento indianista ganhou força através da literatura, tendo expoentes como Gonçalves Dias, José