O imprescindível aporte das Ciências Sociais para o estudo e a compreensão do turismo
Citando livros e artigos de autores e estudiosos da antropologia e do turismo de diversos locais do mundo, o artigo visa mostrar relação entre turismo, cultura e comunidade, e a importância do estudo das ciências sociais dentro da prática do turismo.
Há pouco mais de meio século, o Turismo era tratado como uma atividade de movimentação de capital, e os turistas eram vistos como fúteis e mal educados que esbanjavam dinheiro e invadiam o cotidiano dos nativos. Somente na década de 1970 com o lançamento do livro The Golden Hordes dos antropólogos Turner e Ash, que enfatizava as ações devastadoras do turismo em massa, o turismo passou a ser visto não apenas como uma atividade econômica, mas também como uma atividade de estudo, uma atividade que é realizada pelo homem em sociedade.
Por ser uma atividade caracterizada pelo deslocamento de pessoas para locais onde não residem, o turismo gera um confronto entre o turista e o nativo. Essa relação e o contato direto de ambos, mais a diversidade cultural e os fatores étnicos, tornam o turismo uma atividade imprevisível, ou seja, nunca podemos prever a reação de ambos ao entrarem em contato frente a frente, isso chamou a atenção para os estudos dos antropólogos.
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“O grande paradoxo do turismo é que essa atividade coloca em contato pessoas que não enxergam a si mesmas como pessoas, mas como portadores de uma função precisa e determinada. Ajudar a entender os processos psicossociais desencadeados pelo fenômeno turístico, as expectativas, desejos, satisfações e frustrações das populações anfitriãs e dos turistas, as motivações para agir de uma ou outra maneira, a busca para além da simples viagem, a dinâmica cultural em que o turismo está inserido, a diversidade de interesses e necessidades sociais que o turismo afeta, enfim, seus dilemas e paradoxos seria uma enorme