O humor na literatura infantil
Que segredos há nos livros infantis que divertem tanto as crianças? Que sabedoria há por trás da ingênua linguagem da literatura infantil, que nos faz coniventes, como adultos, e envolvidos, como crianças? Quando nos voltamos para a Literatura Infantil e, deliciados, sorrimos diante de um texto para criança é que podemos entender os questionamentos acima, e podemos afirmar que o humor que geralmente os autores dispensam a essas obras com certeza é um dos “ingredientes” de grande relevância ao sucesso das mesmas.
Alguns autores de obras infanto-juvenis conseguem através de suas criações cômicas, trazer de volta aos adultos angustiados pelas preocupações e imposições de uma sociedade globalizada que acaba cerceando-os de prazeres simples como o riso, a alegria contagiante do universo infantil, ou seja, o riso solto da infância perdida. O humor infantil em geral baseia-se na inversão e subversão da ordem vigente, portanto, mais próximo do popular que o humor do adulto, que geralmente necessita de uma maior elaboração de ideias e palavras.
Os personagens que se destacaram na literatura infantil por suas características “endiabrada” são muitos, mas com certeza todos temos algum que nos portamos em especial. Sem querer cometer injustiça aos demais abordaremos dois personagens que com certeza, muitas crianças e adultos se identificam com a forma hilária que seus autores os desenvolveram.
O sucesso da Boneca Emília de Monteiro Lobato e o Menino Maluquinho de Ziraldo são exemplos de que o humor e a irreverencia são componentes importantíssimos a uma boa obra. Quantas meninas um dia se imaginaram uma Emília com suas travessuras e irreverencias, e quantos garotos um dia quis ser aquele Menino Maluquinho, que segundo o autor tinha “fogo no rabo” e a “barriga maior que os olhos”.
Emília é a voz de Lobato, materializada na boneca de pano que virou gente. É através da Emília que Lobato fala às crianças do seu inconformismo com o mundo