O homem e a natureza
A CAMINHO DE UMA CONCILIAÇAO ENTRE O SER HUMANO E A NATUREZA
Os grandes problemas da conservação da natureza estão, na realidade, intimamente ligados aos da sobrevivência do próprio ser humano na terra. Certos filósofos não hesitam em afirmar que a humanidade esta mal encaminhada. Não cabe aqui fazer semelhantes considerações ou julgamentos, porem podemos afirmar, de acordo com todos os biólogos, que o ser humano cometeu um erro capital pensando poder isolar-se da natureza e não respeitar certa leis de alcance geral. Existe, já há muito, um divorcio entre o ser humano e o seu meio. O velho pacto que unia o primitivo ao seu habitar foi rompido de modo uni lateral pelo ser humano , logo que este considerou ser suficientemente forte para seguir apena as leis elaboradas por si mesmo. Devemos reconsiderar essa posição, mesmo que nosso orgulho sofra, e assinar um novo pacto com a natureza, que nos permita viver em harmonia com ela. È a melhor maneira de extrair do meio um rendimento que possibilite ao ser humano manter-se sobre a Terra e fazer com que a sua civilização progrida tanto no plano técnico quanto como no plano espiritual. Só essa harmonia tornara possível salvar, simultaneamente, o ser humano e a natureza selvagem, dois aspectos, dois lados de um mesmo problema que durante muito tempo se pensou poder dissociar; no entanto, constata-se atualmente que estão intimamente ligados, não é mais possível separá-los. A natureza não deve ser salva para rechaçar o ser humano, mas sim porque a salvação dela constitui a única probabilidade de sobrevivência material para humanidade, devido à unidade, fundamental do mundo onde vivemos.
Adaptado de: Jean Dorst, Antes que a natureza morra, São Paulo: Edusp,