O Homem: Um Ser Cultural
Em um primeiro momento podemos dizer que cultura é a formação do homem, o seu melhorar-se e refinar-se. Pois Francis Bacon considerava a cultura nesse sentido como a “geórgica do espírito”. Também se pode dizer que é o conjunto dos modos de viver e de pensar cultivados, civilizados, que se costumam também indicar pelo nome de civilização.
A ideia de cultura como um cultivo de capacidades humanas e como resultado do exercício dessas capacidades segundo certas normas é, não obstante, muito anterior a toda ideia formal de uma filosofia da cultura e as investigações sobre a estrutura da cultura no âmbito do sistema da sociedade.
Tendo como cultura tudo aquilo que o homem adquire, ou mesmo produz, com o uso de suas faculdades, todo o conjunto do saber e com o seu fazer extrai da natureza: poderemos dizer que a natureza é o dado originário que foi posto à disposição do homem; ao contrário, a cultura é tudo aquilo que o homem extrai desse dado original, mediante sua iniciativa. O homem não é somente um produto da natureza e nem apenas da história, mas é constituído, em parte pela natureza e em parte pela história, é uma mistura entre natureza e história, é obra da cultura. Atualmente tem-se feito uma interpretação da relação entre cultura e natureza como uma espécie de diálogo, o qual comporta uma reciprocidade: por meio da cultura o homem humaniza a natureza; e vice-versa: mediante os seus recursos, o mundo naturaliza o homem.
O homem é um ser cultural, mas a cultura não é tudo no ser humano. A cultura, essa capacidade recriadora, permite ao homem reproduzir o mundo dinamizando a existência dos existentes. O fato de estar sempre criando ou recriando sua obra ou suas manifestações faz da cultura uma das marcas mais tipicamente humanas, pois é principalmente pela sua capacidade de recriar o mundo e as manifestações culturais que o homem se diferencia dos demais existentes: por ser cultural deixa de ser apenas homo para ser sapiens. Assim o