O homem, suas viagens” versus “humaniza sus”
No poema “O homem, suas viagens”, de Carlos Drummond de Andrade, o poeta faz referência à difícil tarefa de “humanizar o homem”, sugerindo que ele deva fazer uma viagem em seu próprio interior e um encontro consigo mesmo. O homem não se satisfaz em seus limites externos, sem escrúpulos supera-os, testa o desconhecido, até torná-los propícios aos seus interesses. Não satisfeito procura outras fronteiras para superar, ao encontrar, as padroniza novamente de acordo com seus próprios interesses. Após todos esses limites externos superados, só resta ao homem conhecer a si próprio, conhecendo assim seus próprios limites. Deixar de lado a razão e colocar à frente à emoção, viajar dentro de si mesmo e entender que no nosso interior existem limites que não devem ser superados que estão ali como uma defesa. Após se autoconhecer o homem poderá conhecer o diferente, aceitá-lo sem querer modificá-lo, conseguindo, assim viver em paz consigo mesmo e conviver em paz com todos.
Já a Política Nacional de Humanização da Atenção e Gestão do SUS, conhecida como Humaniza SUS, instituída em 2003, visa o fomento da autonomia e do protagonismo dos sujeitos e dos coletivos, aumentando o grau de responsabilidade na produção da saúde e de sujeitos. Valoriza os diferentes sujeitos, a interação com as demandas sociais, compromisso com a ambiência, reconhecimento da diversidade do povo brasileiro. Prevê a abertura da comunicação intra e intergrupos e ampliam as grupalidades, o que se reflete em mudanças nas práticas de saúde e deslocamentos de identitários.
Ao se fazer um paralelo entre o poema de Drummond junto à Política “Humaniza SUS, pode-se inferir um objetivo principal previsto em ambos os textos: a importância de possibilitar o encontro, a busca de conhecer a si mesmo e ao outro, a troca, a afetação recíproca, o afeto, o conhecimento, o aprendizado, a expressão livre, a escuta sensível, o acolhimento, a multiplicidade de visões, a arte da