o homem pessoa vivente
QUE É O HOMEM?
"Quando contemplo os teus céus, obra dos teus dedos, e a lua e as estrelas que estabeleceste, que e o homem, que dele te lembres? e o filho do homem, que o visites?" Salmos 8:3,4
Ninguém pode negar a importância que tem tido para o homem a pergunta por seu próprio ser. Esta importância tem crescido em tal magnitude que a pergunta: Que é o homem? ocupa o ponto central das preocupações teológicas e filosóficas da presente geração. Por esta razão Wolfhart Pannenberg disse que estamos vivendo "na era da antropologia”1
Por que esta pergunta tão simples teria que encerrar um problema tão complexo que polarize todos os esforços conjuntos da filosofia e da teologia? Do ponto de vista teórico a complexidade reside no fato de que o homem não tem tido a capacidade de encontrar por si mesmo uma resposta irrefutável nem teve a sabedoria de reunir, sem questionar, as respostas parciais que encontrou através de sua história, mas, pelo contrário, cada vez mais modifica seus próprios métodos ou caminhos para as respostas e questiona os conhecimentos que tem obtido com esses métodos. Por outro lado, do ponto de vista vivencial, o homem moderno padece o que Jurgen Moltmann chama ”a necessidade elementar“, na qual inclui uma orientação segura, relações claras e uma identidade estável.2 A isto devemos acrescentar a permanente busca de sentido com que o homem 'enfrenta a vida que, segundo Abraham Heschel, corre o perigo de ser perdido na vida humana3 e a "incurável ruptura interna" que, segundo Leo Scheffczik, padece o homem da época moderna4. O filósofo Georg Friedrich Hegel deu, no século passado, um nome específico a esta ruptura interna: "autoalienação': O homem tem-se alienado de sua própria realidade e de seu caráter próprio adotando assim uma existência isenta de autenticidade, conflitiva e problemática. Tão problemática é a situação do homem moderno que nem sequer pode aceitar o transcendente. Seu excessivo racionalismo o induz a