O homem em Santo agostinho
Para uma compreensão da antropologia teológica ao que chegamos na atualidade, é necessário observarmos a preocupação que já desde os Padres da Igreja fazia-se presente sobre a questão do homem, tanto no aspecto criacional no aspecto da Revelação, por ser criado à imagem de Deus, na redenção ser o homem todo assumido e salvo por Cristo, no seu aspecto eclesiológico por sua pertença à Igreja através do batismo, e no aspecto soteriológico.
A questão apontada pode ser vistas em várias escolas teológicas da patrística, como a Escola Alexandrina, com o grande representante São Clemente que afirma ser o homem, ao nascer, um ícone – “imagem” – de Deus, e somente mais tarde quando é convertido passa a possuir a semelhança, ou seja, a essência d’Ele; a Escola Antioquena, onde tiramos uma das grandes afirmações muito conhecida em Santo Irineu que em uma época de supervalorização da ascese contra a corporeidade, buscou corrigir isso se opondo ao dualismo pessimista existente, sendo sua a afirmação: “A gloria de Deus é o homem vivo”; e por fim temos a nossa Escola Ocidental, da qual trabalharemos o seu grande expoente Santo Agostinho.
A doutrina da “imagem de Deus” – imago Dei – é um tema dominante na reflexão antropológica de Santo Agostinho, pois à partir da realidade humana ele sistematiza o conceito de Deus trino, defendendo assim o tema tratado, pois sendo o homem imagem do Filho, é também da Santíssima Trindade. Aqui, porém, Agostinho desenvolve duas espécies de imagem: uma que é da mesma substância do modelo e outra que é de substância diferente. Assim, o homem é imagem de Deus ao participar de sua essência, mas teve com o pecado a deformação da imagem, sendo, porém, em Cristo restaurada na justificação do pecador. Com isso, entraremos em nosso trabalho buscando ver como Santo Agostinho desenvolve esse tema e quais as suas conclusões sobre o homem.
2. AS BASES DA ANTROPOLOGIA
Toda a Teologia da Igreja teve o seu desenvolvimento partindo das