O homem dos lobos

O Homem dos Lobos
Conta à história de um jovem russo de 19 anos que começa sua análise com Sigmund Freud em fevereiro de 1910, após uma gonorreia infecciosa, e que se encontrava inteiramente dependente de outras pessoas. A saúde de sua mãe era frágil e seu pai ausentava-se por causa dos ataques de depressão, o cuidado ficava por conta de uma baba, ele não era filho única, tinha uma irmã mais velha, ela costumava dizer que o garoto deveria ter sido a menina da casa. Haviam vários membros desta família com casos de doenças cerebrais. Seus primeiros anos de vida haviam sido dominados por um distúrbio neurótico que teve início antes dos seus quaro anos, uma histeria de angústia que se transformou em uma neurose obsessiva de conteúdo religioso e durou até os seus dez anos de idade, fatos estes que culminaram em várias internações em sanatórios e o diagnóstico de insanidade maníaco depressiva. (PMD). Já no primeiro encontro com o rapaz, Freud detecta a relevância da sexualidade e neurose infantis para a origem da neurose. Freud interpreta a partir do complexo de Édipo, conjugando com a hipótese de que tudo é conservado no inconsciente. A 1ª parte do tratamento do rapaz durou até o ano de 1914, quando Freud considerou-o como concluído.
Para Freud, a descrição do caso se tratava de uma neurose infantil que foi analisada apenas quinze anos depois de haver terminado. A compreensão da psicanálise em relação a infância consiste no interesse da reprodução através da fala não necessariamente do fato exatamente ocorrido, mas o modo com o qual esse fato foi compreendido. No caso do Homem dos Lobos, Freud desenvolve um tratado sobre a teoria psicanalítica abordando pontos relevantes para a compreensão de como os mecanismos da relação analítica atuam no processo de reconstrução do sujeito e de sua história psíquica.
O intenso sofrimento neurótico do rapaz ao longo de toda sua vida tem seu núcleo no fantasma da cena primitiva. São nos sonhos recorrentes que Freud vai buscar as