O HOMEM DOS LOBOS: A LEITURA DE MAHONY
Patrick J. Mahony (1992), no livro “O Grito do Homem dos lobos”, procurou examinar os enfoques dinâmicos que Freud dá a infância de Sergei, seguido das questões técnicas, diagnósticas e transferenciais no tratamento. Procurou mostrar ao leitor como os próprios conflitos de Freud influenciaram a cena primária no caso de Sergei.
Mahony (1992) menciona que quando Freud diz que aos cinco anos Sergei era sujeito aos perigos de castração emanados de seu pai, isso é simplismente uma suposiçao filogenética por parte de Freud. Quando se trata de delinear as ameaças de castração feitas pelas mulheres, Freud é fiel à sua metodologia de efetivar primeiro uma investigaçao ontogenética, antes de valer-se de explicações filogéticas. Para o autor, esse procedimento demostrativo de Freud é insuficiente.
Em seguida o autor aponta um segundo deslize entre vários cometidos por Freud, uma inconsistência terminológica de Freud na cena com Grusha. Nesta cena, Sergei, aos dois anos e meio, vendo a enfermeira e a empregada Grusha ajoelhadas limpando o chão, urina sobre si mesmo, levado por uma compulsão originada da cena primaria, que para Freud, é um comportamento sexualmente excitado, e que depois Sergei tentou seduzir Grusha. (p. 43) Segundo Mahoney (1992), Freud silenciosamente descarta a observação prévia de que somente com o pesadelo com os lobos Sergei teria desenvolvido uma compreensão de masculinidade e de feminilidade (pp. 46-47); Freud escreve que o garoto comportou-se “de modo masculino” (p. 93) em relação à Grusha.
Segundo Mahony (1992), Freud aparenta não perceber a necessidade de objetos narcisicamente idealizados e a grandiosidade narcísica de Sergei envolvida na sua função de cooperador na exploração psicanalítica. Mahony (1992) denuncia que os próprios conflitos de