O homem do futuro
Este artigo foi escrito em 1979, dez anos antes da crise que levaria ao colapso da União Soviética e consequentemente do Bloco Socialista. Era o fim da Guerra Fria e o início de uma nova ordem mundial que seria denominada “globalização” ou “mundialização do mercado” (global trade). Antes disso havia uma enorme incerteza sobre o futuro da civilização e do próprio planeta. Já octogenário e no apogeu do eu prestígio como pensador e ativista humanitário, Rogers foi convidado a opinar sobre todas essas mudanças que ocorreriam nos trinta anos seguintes. O texto revela uma enorme lucidez, percepção e síntese daquilo que , na época, se chamava de “mundo do futuro”. Nosso objetivo é saber se Rogers e suas indicações científicas estavam com a razão. Já estamos vivendo o futuro daquele contexto?
Prof. Dalmo - Filosofia e Ética
Um novo mundo , uma nova pessoa - por Car R. Rogers*
Nosso mundo está em uma tumultuada agonia, agonia sem parto. Isto bem pode ser a desintegração precedente à destruição de nossa cultura pelo suicídio de um holocausto nuclear. Por outro lado, o terrorismo, a confusão, o desmoronamento de governos e de instituições podem ser as dores de um mundo em trabalhos de parto (...) nas aflições do nascimento de uma nova era (...) do nascimento de um novo ser humano, capaz de viver nessa nova era, nesse mundo transformado. Estamos diante não de uma, mas de várias mudanças inevitáveis de paradigmas. Os velhos padrões se desvaneceram. Isto nos inquieta e nos deixa incertos.
A busca por uma unidade material (moléculas, átomos, núcleos do átomo, inúmeras micro-partículas) do universo foi infrutífera. Ela não existia. As partículas eram padrões de energia oscilante. Toda nossa percepção da realidade se desvaneceu em irrealidade. Nosso mundo era diferente de qualquer coisa que tivéssemos imaginado. Não existe solidez nele.
As pesquisas de J.S. Bell –1964 a 1972 - sugeriram um universo interconectado em cada evento