O homem cujas orelhas cresciam
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O homem que as orelhas cresciam O homem cuja orelha cresceu Ignâcio de Loyola Brandão, estava escrevendo, sentiu a orelha pesada. Pensou que fosse cansaço eram 11 da noite, estava fazendo hora-extra. Escriturário de uma firma de tecidos, solteiro, 35 anos , ganhava pouco, reforçava com extra. Mas o peso foi aumentando e ele percebeu que as orelhas cresciam. Apavorado, passou a mão. Deviam ter uns dez centímetros. Eram moles, como de cachorro. Correu ao banheiro. As orelhas estavam na altura do ombro e continuavam crescendo. Ficou só olhando. Elas cresciam, chegavam à cintura. Finas, compridas, como fitas de carne, enrugadas. Procurou uma tesoura, ia cortar a orelha, não importava que doesse. Mas não encontrou, as gavetas das moças estavam fechadas. O armário de material também. O melhor era correr pra a pensão, se fechar, antes que não pudesse mais andar na rua. Se tivesse um amigo, ou namorada, iria mostrar o que estava acontecendo. Mas o escriturário não conhecia ninguém a não ser os colegas de escritório. Colegas, não amigos. Ele abriu a camiseta, enfiou as orelhas para dentro. Enrolou uma toalha na cabeça, como se estivesse machucado e foi até sua mesa as presas, pegou suas coisas e saio da firma desorientado, com as mãos nas orelhas, não sabia o que fazer, se ia para pensão ou para um hospital. Foi andando sem rumo, as presas, esbarrando nas pessoas, até que esbarrou em uma moça que estava com alguns livros nas mãos, e os derrubou no chão, mesmo assustado ele se abaixou para ajudar a moça, soltando as orelhas sem perceber e com isso elas saíram para fora da camiseta. Ao ver as orelhas de Ignâcio a moça fez cara de espanto e falou: -Moço! O que é isto? Suas orelhas estão enormes, você precisa de ajuda? E ele todo sem graça com vergonha tratou de esconde-las rapidamente e disse: -Não, não é nada, eu estou bem, obrigado e me desculpe por derrubar seus livros. Levantando-se rapidamente e saindo de perto da moça escutou ela gritando