O homem como vocaçao politica
" Que entendemos por política? O conceito é extraordinariamente amplo e abrange todas as espécies de atividades diretiva autônoma.
Entenderemos por política apenas a direção do agrupamento político hoje denominado "Estado" ou a influência que se exerce em tal sentido". (p.55).
"Sociologicamente, o Estado não se deixa definir a não ser pelo específico meio que lhe é peculiar, tal como é peculiar a todo outro agrupamento político, ou seja, o uso da coação física. Todo Estado se funda na força (Trotsky), se só existissem estruturas sociais de que a violência estivesse ausente, o conceito de Estado teria também desaparecido e apenas subsistiria o que, no sentido próprio da palavra se denomina anarquia. Em nossa época, entretanto, devemos conceber o Estado contemporâneo como uma comunidade humana que, dentro dos limites de determinado território --a noção de território corresponde a um dos elementos essenciais do Estado - reivindica o monopólio do uso legítimo da violência física (...). Por política entenderemos, consequentemente, o conjunto de esforços feitos com vistas a participar do poder ou a influenciar a divisão do poder, ou seja entre Estados, seja no interior de um único Estado". (p. 56)
"Todo homem, que se entrega à política, aspira ao poder - seja porque o considere como instrumento a serviço da consecução de outros fins, ideais ou egoístas, seja porque deseje o poder "pelo poder", para gozar do sentimento de prestígio que ele confere. Tal como todos os agrupamentos políticos que historicamente o precederam, o Estado consiste em uma relação de dominação do homem sobre o homem, fundada no instrumento da violência legítima". (p.57)
"Existem três razões internas que justificam a dominação, existindo consequentemente, três fundamentos de legitimidade: * passado eterno: costumes santificados e hábitos, enraizados nos homens; * dons pessoais (carismas) * fundada na obediência, que reconhece obrigações conforme ao estatuto