O gênero conto
Os contos são narrativas cuja origem é de difícil precisão. Fato é que contar histórias constitui-se em hábito comum às civilizações, mesmo em culturas ágrafas, nas quais essas histórias sobreviveram através dos tempos por conta da transmissão oral. Um aspecto que pode ser ressaltado é que esse tipo de narrativa foi fortemente influenciada pelos europeus, que nos trouxeram contos representativos de sua multifacetada cultura, talvez com maior força que outros povos, por ser uma “cultura dominante”. Para isso, muito contribuiu o fato de grande parte de suas narrativas terem sido publicadas em livros, não dependendo da oralidade para a sua sobrevivência. Na apresentação do gênero, é preciso enfatizar a importância do gênero para a literatura nacional, mostrando que, no Brasil, grandes escritores tiveram, na produção do conto, grande projeção. Exemplos não faltam: textos de Machado de Assis, Mário de Andrade, Lima Barreto, Carlos Drummond de Andrade, entre outros, são leitura obrigatória para os amantes de literatura. É importante que ressaltar, também, que, além dos contos publicados em livros, muitos contos de tradição oral, popularizados, através de fábulas, “causos” e até mesmo cantigas de rodas, têm origem europeia. Esse legado popular enriquece o painel literário brasileiro e tem grande importância na formação cultural do nosso país. Os contos ditos populares obedecem a uma moral e, didaticamente, levantam discussões sobre conflitos humanos. Pelo convite à reflexão sobre a vida concreta, o trabalho com esse gênero revela-se estimulante, pois o conto ultrapassa a narrativa de aspectos mágicos, fantásticos ou de encantamento – categorias com as quais a maior parte dos alunos já teve algum contato em sua vida escolar. Além disso, essas narrativas populares ajudam a situar a provável origem do gênero textual “conto”, muito embora, hoje, a crítica especializada estabeleça a demarcação de uma nítida fronteira entre o conto de