O guarani e o mito messiânico de formação do povo brasileiro
O romance “O Guarani tem como tema central a mistura da raça caucasiana com a autóctone, pois trata da história de amor de um índio e uma moça nobre. O livro, clássico exemplar da vertente indianista, intenta sobremaneira valorizar deveras o aborígene, em oposição aos tradicionais mocinhos dos romances importados de então. O autor desta forma revolucionou a criação literária ao criar livros abrasileirados que tinham como foco dar ênfase à nosso país e cultura local. Para tanto, se utilizou de uma categoria literária que pouco era vista em nosso país, ou seja, o romance. Através dele, ele alcançou um viés de supervalorizar o autóctone e a bio-diversidade. Neste romance, o escritor fundiu a figura indígena à dos heróis medievais dos romances de cavalaria, que muito já havia sido difundida em obras de autores como Alexandre Dumas, só para citar um exemplo. Através deste mote, acertou em cheio e caiu no gosto dos leitores, logrando um êxito muito mais expressivo do que os autores que haviam tentado escrever sobre o mesmo tipo de temática anteriormente, sem terem sido tão bem-sucedidos. Por este motivo Gonçaves Dias foi um autor respeitado, mas que não chegou a ser tão célebre em sua época como Alencar. Os brasileiros de então leram e se encantaram com a narrativa do índio Peri, o qual talvez possamos apreciar como o primeiro protagonista de eloquente triunfo da literatura brasileira. Quando “O Guarani” foi escrito já era corriqueira a impressão de