O GOVERNO VARGAS - o populismo
O significado dos três anos e meio do governo Getúlio, os mais agitados na história constitucional brasileira, é motivo de diferentes interpretações. Para alguns estudiosos, o governo de Vargas foi anti-imperialista, tendo um projeto de desenvolvimento industrial autônomo, independente do capital estrangeiro. A oposição exercida pela UDN, por essa interpretação, representava os interesses de um setor pró-imperialista da burguesia brasileira, defensor de ma industrialização subordinada ao capital estrangeiro. Para outros estudiosos, com os quais se identifica este texto, a política de Vargas era nacional-reformista, ou seja, buscava atrair o capital estrangeiro para, associado ao nacional, impulsionar a industrialização do país nos setores que exigiam tecnologias mais avançadas. Contudo, não interessava, então, ao capital norte-americano produzir no país na amplitude desejada por Vargas. Essa posição coincida com os interesses anti-industrializante do setor mercantil da burguesia nacional, que enriquecia, em parte, exatamente por ser intermediário nas importações de produtos manufaturados.
O populismo
Vargas implementou uma política populista, na busca de suporte político de setores populares para promover a industrialização. A seu favor o presidente tinha, também, o setor nacionalista das Forças Armadas, que via na industrialização uma forma de reduzir a vulnerabilidade do país, mediante o aproveitamento dos recursos naturais, permitindo um maior período militar e a possibilidade de defender a segurança nacional. Vargas tratou, também, de compor um ministério que refletisse os diversos apoios que recebera na campanha eleitoral, que lhe desse a maior penetração possível junto à sociedade e, ainda, que desarmasse a oposição. Assim, ao PTB (Partido Trabalhista Brasileiro) foi entregue apenas o Ministério do Trabalho, numa medida favorável ao partido, que ganhou o controle dos sindicatos operários patrocinados pelo