O golpe na história
O ENSINO DE HISTÓRIA, NA ESCOLA FUNDAMENTAL: DO “SAMBA DO CRIOULO DOIDO” À PRODUÇÃO DE CONHECIMENTO HISTÓRICO
Macapá
2010
A autora Selma Guimarães Fonseca em seu texto O Ensino de História na Escola Fundamental: Do “Samba do Crioulo Doido” À Produção de Conhecimento Histórico, faz uma análise sobre o ensino de História na escola fundamental onde discute a forma de ensinar e produzir o conhecimento histórico nas escolas brasileiras desde a ditadura militar aos dias atuais, mostrando sua preocupação com currículo de história e metodologia do ensino da História.
No final do período da ditadura militar travaram-se amplos debates e confrontos, que pretendiam o retorno não só da História mas também da Geografia para oito séries inicias da escolarização, em substituição aos Estudos Sociais. A História e a Geografia haviam no período militar se mantido precariamente em algumas séries do 2º grau, para atender, na prática, aos exames vestibulares e não como proposta de formação geral necessária para um ensino terminal profissionalizante ou técnico, conforme constava na redação do currículo oficial.
No final dos anos 70 e início dos anos 80, reflexo e sujeito das transformações democráticas que ocorriam no país, vieram à luz obras didáticas com encaminhamento diverso da História Tradicional. Constituíam uma nova linha, que passamos a classificar de História Social e outra como História Cultural. Principalmente História Social, surgia como crítica profunda à História Tradicional. Para a História Social, o fundamental passava a ser o estudo das lutas populares, o questionamento da ideologia dominante, a revelação de séculos de exploração da força de trabalho sob as mais diversas formas, a busca de compreensão histórica do presente como resultado de um processo, a visão da totalidade das relações nos fenômenos históricos.
Tais transformações em relação ao conteúdo da História Social faziam-se acompanhar de propostas de reconstrução pedagógica.