O golpe de 1965
Dois anos depois, um conselho revolucionário chefiado por Boumedienne, vice-primeiro-ministro e ministro da defesa, derrubou Ben Bella em um golpe militar. O ex-presidente foi preso, acusado de traição e despotismo. Em comunicado transmitido pela Rádio Argel, o Conselho Revolucionário chamou Ben Bella de "charlatão, aventureiro, opressor do povo" e o acusou "de ter empobrecido a economia do país com o seu governo personalista".
A declaração indicou que um dos motivos para o golpe fora a convocação da Conferência Afro-Asiática, que seria realizada naquele ano em Argel. A URSS não fora convidada por pressão da China.
Ben Bella foi o primeiro-ministro do governo de transição estabelecido ao final da guerra de independência, e foi eleito primeiro presidente do país. No seu governo, nacionalizou empresas petrolíferas francesas, distribuiu terras e propriedades abandonadas pelos ex-colonos franceses e adotou uma política externa pró-soviética. Com o golpe, Ben Bella cumpriu prisão domiciliar até 1979, e no ano seguinte exilou-se na Suíça.
Boumedienne também participou da luta pela independência do país. O golpe surpreendeu observadores internacionais em um momento em que a Argélia parecia ter encontrado um equilíbrio entre o poder civil e o militar.
O ano de 1965 anunciava-se promissor, depois do fim dos conflitos na fronteira com o Marrocos. Ben Bella havia libertado prisioneiros políticos e preparava-se para assinar um contrato petrolífero importante com a França. Boumedienne morreu em 1978, e Chadli Bendjedid assumiu a presidência e aproximou-se da França e dos Estados Unidos.
Passado heróico na FLN
Ben Bella participou da