O golpe civil-militar de 1964: relações com o imperialismo norte-americano
FACULDADE DE FILOSOFIA E CIÊNCIAS DO CAMPUS DE MARÍLIA
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS SOCIAISFELIPE ALEXANDRE SILVA DE SOUZA
O golpe civil-militar de 1964: relações com o imperialismo norte-americano
Marília
2014
Resumo
Este artigo pretende examinar em linhas gerais as relações entre o golpe civil-militar que destituiu João Goulart da Presidência do Brasil em 1964 e o imperialismo dos Estados Unidos da América. Para isso, nos baseamos na concepção leniniana de imperialismo que, a partir de Marx, analisa o modo de produção capitalista como inerentemente expansionista, decorrendo daí que o imperialismo é uma fase de desenvolvimento necessária e mais avançada do capitalismo. Demonstrado esse processo, é possível compreender mais claramente porque um dos objetivos do golpe de 1964 foi facilitar a expansão do capital monopolista imperialista no Brasil.
Palavras chave: Golpe civil-militar; Imperialismo; Brasil; Estados Unidos.
1.Introdução
Em março de 1964, membros de uma missão diplomática dos Estados Unidos da América no Brasil chegaram, em uma reunião, ao consenso de que a simpatia do presidente João Goulart (Jango) a reformas econômicas e sociais era um forte indicativo de um plano secreto para instaurar uma ditadura e entregar o Brasil ao bloco soviético (Blum, 2004). No último dia do mês, setores conservadores das Forças Armadas e da sociedade civil derrubaram o governo constitucional de Jango e deram início a uma ditadura civil-militar que se estendeu até 1985. O golpe foi “o ponto culminante de um processo conspiratório no qual a Embaixada Americana esteve intimamente envolvida (Blum, 2004, p.163, tradução nossa)”.
Mais do que um evento isolado, o golpe de 1964 faz parte de uma série de golpes cívico-militares que, sempre com o apoio dos EUA, alastraram a América Latina entre o fim da Segunda Guerra Mundial (1945) e o fim da União Soviética (1991) (Blum, 2004). O anti-comunismo e o temor