O gene da inteligência
Enquanto os teóricos da neurologia gastavam seu tempo (e o de seus leitores) em áridas e longuíssimas defesas de suas teses, um biólogo da Universidade de Princeton, em Nova Jersey, passava seus dias alterando o DNA de camundongos para, em seguida, testar suas capacidades de aprendizagem. Na quinta-feira 2, Joe Tsien publicou os resultados dessa pesquisa na revista Nature. E subverteu tudo o que se conhecia sobre a inteligência. Alterando um gene do DNA dos camundongos, Tsien elevou suas inteligência e memória, mostrando como são intimamente ligadas ao código hereditário.
Em primeiro lugar, Tsien criou camundongos desprovidos de um gene chamado NR2B e mostrou que tinham aprendizagem e memória reduzidas em relação aos ratos normais. O geneticista produziu então cobaias dotadas de cópias extras do gene e checou sua aptidão comparada à dos ratos comuns. Todos foram postos em gaiolas onde puderam explorar peças diferentes de um jogo de armar como o Lego. Passados vários dias, uma peça foi trocada por uma nova e os camundongos recolocados na gaiola.
Os animais transgênicos reconheceram o objeto antigo e não perderam tempo, trataram de explorar o novo. Já os ratos comuns gastaram o mesmo tempo com as duas peças.
No segundo teste, o pesquisador testou a memória emocional dos ratos. Eles foram postos numa câmara onde recebiam choques nas patas. Quando recolocados no local após uma hora, um dia e dez dias, os transgênicos demonstraram mais medo que os demais. Por outro lado, ao repetir a experiência no mesmo local, mas sem os