o futuro do corpo humano
Revista Superinteressante - por Salvador Nogueira e Bruno garattoni
Rex Jameson é o tipo de gente que chame a atencão. É um típico americano de meia idade, voz suave, jeito calmo. até malha um pouco, se cuida para ficar barrigudo, mas está longe do esteriótipo dos bombadões de academia, Mesmo assim, Jameson é um sujeito bem forte. Na verdade, ele é a pessoa mais forte que já passou pelo planeta Terra. Consegue fazer milhares de flexões, lutar durante horas, carregar 200 kg e fazer qualquer tipo de esforço físico sem o menor sinal de cansaço. Jameson tem um segredo. Milo também. Ele adorava motos. Aos 16 anos, pegou uma emprestada durante as férias. Não acabou bem. Ele bateu num poste. Até que em maio deste ano, decidiu se submeter a um novo e polêmico tipo de cirurgia - que o transformou em numa espécie de ciborgue.
Milo e Rex são pioneiros. Eles já estão vivendo na próxima e grande revolução tecnológica: a reinvenção do corpo humano. Combinando robótica, genética e neurologia, ela vai transformar profundamente a maneira como nós encaremos nosso corpo - e nos fazer viver (e conviver) de uma maneira diferente.
A história começa em 2001 na Sérvia. Fisicamente, a mão de Milo (cujo sobrenome foi omitido a pedido dos médicos) parecia intacta - mas, por dentro, os nervos que a conectam ao cérebro haviam sido cortados. Ele viveu assim, com a mão mole porém inteira, por dez anos. Até que, em maio deste ano, decidiu se livrar dela. Numa operação que gerou controvérsia na comunidade científica (logo mais você vai entender o porquê), cirurgiões da Universidade de Viena amputaram a mão de Milo - e no lugar instalaram um novo tipo de prótese de altíssima tecnologia, fabricado pela empresa alemã Otto Bock.