O futuro das instintuições de ensino

CECA:
“O futuro das instituições de ensino”

“Lenta é a experiência de todos os poços profundos, longamente tem de esperar, antes de saberem o que caiu em seu fundo!”. (NIETZSCHE, F. ‘Canto Noturno. In. Zaratustra).

O homem nada mais é que o vaso esquecido pelo oleiro, posto na eminência última de seu lar, esquecido ele permanece, porém, o seu valor perene repousa incólume na memória de quem um dia o fez e de cada um que, por um instante sequer, teve a dádiva de contemplá-lo. Assim, permanece ele, impávido e único, no interior mesmo da multidão de fenômenos de surgimento de vasos outros que o sucedem, em seus destinos vários: rupturas e permanências que sempre se alternam no fluxo indefinido da existência. Permanece ele no píncaro de sua própria exuberância, a singularidade de ser ele mesmo único, posto que é feito da mesma matéria de que é constituído o seu criador, a saber: o idílio do vir a ser. Heráclito, em seu fragmento quarenta, aponta de maneira única, o estado de ser de todo o humano que, qual argila é moldada ao moldar o olhar de quem a moldou: “Para dentro dos mesmos rios descemos e não descemos, somos e não somos!"

O crer no possível, no interior mesmo de tudo o que se apresenta impossível, eis a tarefa de tudo o que é humano no transcurso de sua própria evolução. Assim, se não acreditarmos, tenazmente, naquilo que somos capazes de realizar para enfrentar nossas próprias limitações, como poderemos ter a força para talvez um dia superá-las?

Assim, de todos os modos, quem terá a ousadia de acreditar no fato de sermos realmente capazes de ter a intensidade e a potência necessárias para revertemos o que nos é adverso e antagônico. Educar é estar sempre no beiral de um abismo sempre incógnito que nos atrai, deslumbra e estimula. A ação de educar constitui-se no elegante gesto de dar-se na bandeja mesma de sua própria gratuidade, posto que oferecer qualquer forma de conhecimento sempre é, necessariamente, buscar receber também uma forma outra de