O FUTURO DA DEMOCRACIA
NORBERTO BOBBIO
O autor inicia sua argumentação citando HEGEL e WEBER, afirmando em seguida que as pessoas projetam no futuro seus próprios desejos e preocupações, porém a história segue seu rumo de maneira independente, daí a dificuldade de se conhecer o futuro, motivo pelo qual as previsões dos grandes pensadores quase sempre fracassam.
Na sequência ele define democracia fazendo um contraponto com o governo autocrático. Firma que as decisões precisam ser legitimadas pelas pessoas que fazem parte de um grupo social, pois vale a regra da maioria, sendo que em uma trajetória política, principalmente em uma sociedade democrática o que importa são os grupos, as pessoas em sua coletividade e não os indivíduos, pensa-se no melhor para todos e não uma pessoas específica.
No texto, o autor traça uma trajetória histórica, explicando que em um processo contínuo de democratização, houve um aumento do número de pessoas que votam, deixam de lado a representação de certa camada da sociedade, ou de uma representação individual, e passa-se a ter uma representatividade mais perto da população, ou de uma parcela muito grande desta.
Ao longo do texto relata as diferenças entre a democracia ideal e da real, enfocando que o estado democrático está, de certa forma, ligado ao estado liberal, havendo em alguns aspectos uma simbiose de ambos, ou uma interdependência. O relato do autor traz conceitos de uma representação política que deverá providenciar ou emanar uma complexidade de desejos e anseios da população, ao contrário de estar providenciando ou dando respaldo a uma pequena parcela desta, e demonstra o quanto é difícil, pois quando se aumenta as demandas da sociedade, possivelmente fica lenta a tomada das decisões.
O autor discorda da argumentação de que a democracia está passando por transformações, existem as que estão em pleno vapor, umas mais robustas que outras, com mais ou menos representatividade, mais que muitas podem aproximar do modelo